domingo, 14 de março de 2010



Titãs é uma banda de rock brasileira formada em São Paulo, na década de 1980. Ativa há mais de 25 anos, tornou-se uma das quatro maiores bandas do BRock, ao lado de Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. Algumas de suas músicas de maior sucesso são "Sonífera Ilha", "Flores", "Polícia", "Comida", "Televisão", "Marvin", "Bichos Escrotos", "Diversão", dentre outras.

História
Formação e Primeiros Trabalhos:
A maioria dos integrantes da banda se conheceu no Colégio Equipe, em São Paulo, no final da década de 1970 e, a partir de uma apresentação na Biblioteca Mário de Andrade no ano de 1981, passaram a fazer shows em várias casas noturnas da cidade.

A primeira formação contava com nove integrantes — Arnaldo Antunes, Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Belloto, Ciro Pessoa e André Jung. Além da quantidade exagerada de vocalistas no palco (seis ao todo), a banda, que na época se chamava Titãs do iê-iê, chamava a atenção por seu visual extravagante, que incluía penteados estranhos, maquiagens, ternos e gravatas de bolinhas.


O primeiro álbum

"Não posso mais viver assim ao seu ladinho, por isso colo o meu ouvido num radinho, de pilhaaaa..."
Brega? Tôsca? Romântica? Bom, qualquer que seja a crítica, elogio, é assim que se inicia a faixa que abriria a porta para a grande trajetória do Titãs (do iê iê iê): "Sonífera Ilha", que acabou virando o nome do disco, para os fãs.
Hit e "carro-chefe" do disco, SI, estouro nas rádios com seu ritmo meio que pop/brega, colocou o Titãs nos principais programas de auditório da época, até hoje a música faz parte do repertório do grupo. As vendagens de Titãs, porém, foram decepcionantes: o álbum não chegou nem mesmo a 50 mil cópias vendidas. Parte da culpa foi atribuída ao lançamento em compacto da própria "Sonífera Ilha", que acabou por trazer "Toda Cor", futuro single, no lado B, que vendeu cerca de 60 mil exemplares. Mas o lançamento de singles era uma praxe no mercado brasileiro na época e uma ferramenta decisiva para o sucesso de bandas contemporâneas do Titãs, como o Ultraje a Rigor e Kid Abelha e os Abóboras Selvagens. Nesse sentido, o lançamento do single é uma explicação pouco convincente para as baixas vendagens do disco de estréia. Assinada por Tony Belloto, Marcelo Fromer, Branco Mello e Ciro Bismack, garantiu presenças constantes nas rádios e em atrações televisivas como a Discoteca do Chacrinha e o Programa Raul Gil.
A música já foi regravada por outros artistas como Adriana Calcanhoto e pela banda Blitz. Interpretada por Paulo Miklos (sax), puxada pelo coro de Arnaldo Antunes, Branco Mello, Sérgio Britto (teclados) e Nando Reis (baixo). Tony Belloto, Marcelo Fromer e André Jung (guitarra solo, guitarra base e bateria, respectivamente), completavam o grupo. Era estranho para as pessoas olharem para a capa do disco e ver um "amontoado" de homens enfileirados.
-Afinal são quantos?
-Acho que uns oito!
-Oito? Pra que tantos?
Pois é. É assim que viam a banda. Oito cabeças pensantes. Mas aos poucos foram se acostumando, ouvindo e curtindo.


Nesse mesmo disco, os Titãs colocaram nas rádios a música "Toda cor", além de uma das mais importantes da história da banda: "Marvin". Embora ela faça parte desse disco, não fez sucesso naquele momento, fato que ocorreria quatro anos mais tarde, quando os Titãs lançaram uma versão mais técnica e melhorada da música. O mesmo fato aconteceria com outra faixa do disco, "Go Back".
Sai André Jung, entra Charles Gavin
Após um show no Rio de Janeiro, no final de 1984, os Titãs decidiram substituir o baterista André Jung por Charles Gavin. Há tempos a banda não estava satisfeita com a forma com que André tocava e, conforme a insatisfação com ele aumentava, crescia também a admiração por Charles Gavin, baterista que estava naquele momento ensaiando com o RPM, e que também já tinha feito parte do grupo Ira!. A notícia de que seria substitu
ído na banda não agradou André, pois ele pretendia passar o ano novo com sua namorada no Rio de Janeiro e celebrar o sucesso da canção "Sonífera Ilha". Com a decisão da banda, André voltou para São Paulo e dois dias depois entrou para o grupo Ira!. Outro músico que não ficou satisfeito foi Paulo Ricardo, que descobriu que Charles Gavin tinha saido do RPM ao assistir um programa de TV, que mostrava a preparação do Titãs para um show, já com Charles entre seus integrantes. Este fato deixou um clima tenso entre o baixista e vocalista do RPM e o novo baterista dos Titãs.


Faixas:

01. Sonífera Ilha
02. Marvin
03. Babi Índio
04. Go Back
05. Pule
06. Querem Meu Sangue
07. Mulher Robot
08. Demais
09. Toda Cor
10. Balada Para Jonh e Yoko
11. Seu Interesse

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O disco Televisão
O Titãs gravou seu segundo disco em 1985: o álbum "Televisão"
, produzido por Lulu Santos, também não fez grande sucesso mas serviu para colocar a faixa-título nas rádios, além da música "Insensível". O Titãs ainda não conseguia colocar no disco todo o peso que a banda tinha em palco e, além disso, a produção de Lulu Santos não agradou muito a banda. A ideia do disco, de que cada faixa representasse um canal televisivo, também contribuiu para o fato de que o disco não tivesse uma unidade maior.

Faixas:

1. Televisão
2. Insensível
3. Pavimentação
4. Dona Nenê
5. Pra Dizer Adeus
6. Não Vou Me Adaptar
7. Tudo Vai Passar
8. Sonho Com Você
9. O Homem Cinza
10. Autonomia
11. Massacre

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Chegada ao Estrelato
Em novembro de 1985, Tony Bellotto e Arnaldo Antunes foram presos (o primeiro por porte e o segundo por porte e tráfico de heroína). Bellotto foi libertado sob fiança. Arnaldo Antunes, por sua vez, permaneceu atrás das grades por mais tempo, sendo libertado após um mês.
O episódio teve um grande impacto na banda. Ofertas de shows escassearam e o Titãs perdeu sua aura de "inocência" diante da mídia.
Após esses acontecimentos, o Titãs entrou novamente em estúdio, cuja principal mudança veio na parte da produção do disco, que ficou a cargo de Liminha, o principal produtor da época. As relações entre a banda e o produtor não eram das melhores, devido a uma declaração de Branco Mello de 1985 em que dizia que "todos os discos
que Liminha produzia pareciam iguais" e também "que era bom mesmo que Liminha não produzisse a banda". O produtor, ao saber disso, não perdeu a chance de jogar as declarações na cara da própria banda, antes de aceitar assumir o projeto. Após o mal-entendido, o grupo e o produtor iniciaram uma grande parceira, que também se repetiria nos próximos três discos da banda.
Liminha conseguiu fazer com que a banda colocasse em disco todo o peso dos shows. Também foi o primeiro produtor que realmente teve coragem de sugerir mudanças em algumas faixas, coisa que até aquele momento a banda não aceitava.
Em junho (1986), sai o disco "Cabeça Dinossauro"
, o disco que mais tarde em 1997 seria considerado pela Revista Bizz como o melhor disco de pop/rock produzido no país. O disco trouxe a banda mais pesada e mais agressiva em suas letras, com influência punk e letras contundentes que não poupavam as principais instituições da sociedade brasileira ("Estado violência", "Polícia", "Família" e "Igreja"). A canção "Igreja" chegou a causar discordância na banda: enquanto a maior parte dos integrantes considerava a canção genial, Arnaldo Antunes não se sentia bem com os versos: "Eu não gosto de padre, eu não gosto de madre, eu não gosto de frei... Eu não entro na igreja, não tenho religião...". Também havia divergências religiosas entre dois integrantes: Arnaldo sempre declarou acreditar em Deus, ao contrário do baixista Nando Reis (autor da canção), que sempre se declarou ateu. Devido a isso, sempre que a canção era tocada, o vocalista se retirava do palco, em um silencioso protesto.
Devido ao tom agressivo, "Cabeça..." foi praticamente barrado nas rádios e na televisão, porém a situação começava a mudar. Após um começo de turnê desapontador (shows para 30 ou menos pessoas), as apresentações cada vez mais agressivas passaram a atrair milhares de pessoas.
O marketing espontâneo não demorou muito e, por fim, o Titãs ganhou seu primeiro disco de ouro. Sem outra alternativa, as emissoras se renderam ao sucesso e começaram a tocar. Algumas se davam ao luxo de pagar multas para tocar as faixas censuradas, como "Bichos Escrotos".


Faixas:


01. Cabeça Dinossauro
02. AA UU
03. Igreja
04. Polícia
05. Estado Violência
06. A Face do Destruidor
07. Porrada
08. Tô Cansado
09. Bichos Escrotos
10. Família
11. Homem Primata
12. Dívidas
13. O Que

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Um novo caminho
"Cabeça Dinossauro" abriu várias portas para o Titãs. Além do aumento do número de shows, do cachê e da atenção da mídia em cima do trabalho do grupo, a última faixa do disco abriu portas para uma nova sonoridade que seria muito utilizada no disco seguinte da banda. "O quê?", 13º faixa do álbum, foi gravada de forma diferente das demais do disco. Nela foram utilizados samplers, além de bateria eletrônica. Sua gravação durou uma semana, e o resultado agradou tanto à banda quanto aos fãs.


No centro das atenções
Era dessa forma que o Titãs estava no ano de 1987. O último disco era aclamado por público, crítica e artistas de várias estirpes da música, com
o Caetano Veloso e Renato Russo.
A glória e a descoberta de novos caminhos sonoros estimulou a banda a entrar em estúdio para gravar seu 4º disco, "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas".
Curiosidade: os lados A e B do LP foram batizados de Lado J e Lado T, para que o público não ouvisse automaticamente o lado onde estariam apenas os grandes sucessos. A utilização de samplers e bateria eletrônica foi constante nas primeiras 7 faixas do disco, causando grande revolução sonora. Dentre as faixas, destacam-se a faixa-título, "Corações e Mentes" e "Comida", enquanto as outras seguiam a linha ditada pelo disco anterior, como em "Lugar Nenhum", "Nome aos Bois" e "Desordem".
O disco seguiu o ritmo de vendas do disco anterior, e colocou de vez o Titãs entre as grandes bandas nacionais, graças ao sucesso da parceria com
Liminha. O produtor chegou a ser considerado o "9º titã", devido às participações em shows do grupo paulista.

Faixas:

  1. "Todo Mundo Quer Amor" – 1:18
  2. "Comida" – 3:59
  3. "O Inimigo" – 2:13
  4. "Corações e Mentes" – 3:47
  5. "Diversão" – 4:45
  6. "Infelizmente" – 3:01
  7. "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas" – 2:11
  8. "Mentiras" – 2:09
  9. "Desordem" – 4:01
  10. "Lugar Nenhum" – 2:56
  11. "Armas pra Lutar" – 2:10
  12. "Nome aos Bois" – 2:06
  13. "Violência" * – 2:48

* Não contém no LP original.

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Go Back é o primeiro álbum ao vivo da banda brasileira de rock Titãs, gravado em concerto no dia 8 de julho de 1988. A banda foi a primeira do país a se apresentar na "Noite do Rock" do Festival de Jazz de Montreux. Seu conteúdo consiste de uma seleção de canções antigas da banda.Faixas:

  1. "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas" (Marcelo Fromer, Nando Reis) – 02:32
  2. "Nome aos Bois" (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Nando Reis, Tony Bellotto) – 01:47
  3. "Bichos Escrotos" (Arnaldo Antunes, Nando Reis, Sérgio Britto) – 03:18
  4. "Pavimentação" (Arnaldo Antunes, Paulo Miklos) – 03:33
  5. "Diversão" (Nando Reis, Sérgio Britto) – 05:03
  6. "Marvin" (G. N. Johson, Nando Reis, R. Dunbar, Sérgio Britto) – 04:21
  7. "AA UU" (Marcelo Fromer, Sérgio Britto) – 02:36
  8. "Go Back" (Sérgio Britto, Torquato Neto) – 03:40
  9. "Polícia" (Tony Bellotto) – 02:17
  10. "Cabeça Dinossauro" (Arnaldo Antunes, Branco Mello, Paulo Miklos) – 02:25
  11. "Massacre" (Marcelo Fromer, Sérgio Britto) – 01:58
  12. "Não Vou Me Adaptar" (Arnaldo Antunes) – 03:20
  13. "Lugar Nenhum" (Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Sérgio Britto, Tony Bellotto) – 04:14
  14. "Marvin (remix)" (G. N. Johson, Nando Reis, R. Dunbar, Sérgio Britto) – 04:14
  15. "Go Back (remix)" (Sérgio Britto, Torquato Neto) – 05:23

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O auge da parceria Titãs-Liminha consolidou-se em "Õ Blésq Blom" (1989) , uma das produções mais populares até então. Seus principais sucessos eram "Miséria", "Flores", "O Pulso" e "32 Dentes". Um dos destaques curiosos deste trabalho foi a participação especial do casal de repentistas pernambucanos Mauro e Quitéria, descobertos pela banda numa praia de Recife.
Este foi o último trabalho da banda nos anos '80.

Faixas:

01. Miséria
02. Racio Símio
03. O Camelo E O Dromedário
04. Palavras
05. Medo
06. Natureza Morta
07. Flores
08. O Pulso
09. 32 Dentes
10. Faculdade
11. Deus E O Diabo
12. Vinheta Final Por Mauro E Quitéria


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